Solitário Inconsciente Coletivo

Tuesday, May 31, 2005

Mais uma sobre mulher


Maria Aurélia namorava a 7 anos, 4 meses, 3 dias e 18 minutos com Carlos, conhecido entre os íntimos como O ROMÂNTICO, mas nem toda essa precisão matemática nem seu apelido forte foi levado em consideração na hora dele dizer “Acho que precisamos nos separar”... Como?! Como não levar em consideração todas as coisas que passarão juntos, os amigos, os planos...mas nada preocupava mais Maria Aurélia do que as lembranças deixadas e as lembranças impedidas. Por que? Por que durante os 7 anos, 4 meses, 3 dias e 18 minutos, ele se esforçou para ser o namorado mais romântico, presente e inspirador que ela poderia ter, por isso quase que diariamente escrevia para ela. Primeiro começaram as cartas de amor devidamente acompanhadas com letras de músicas ou poemas, com o advento do e-mail, essa produção duplicou, as vezes eram dois e-mails por dia, ambos acompanhados de música e poema. Bem, eram 2680 declarações de amor, ignorando os anos bisextos! Por isso praticamente toda a obra romântica de Vinícius, Pessoa, Caetano, Chico, Camelo e etc... estava lá representada. Todos os temas de todos os casais da novela das oito e até os cantores sertanejos (as vezes ela desconfiava que ele brigava com ela de propósito, afinal o repertório de músicas do tipo “volta pra mim por que vou morrer” é enorme). Tudo estava lá, nas caixas, empacotado no armário como pedaços de papel que fizeram seu olho brilhar por alguns minutos, que serviu pra encher seu ego, que a fez ter absoluta certeza do controle da situação, tudo estava lá. E agora que ele queria ir, o que fazer com tudo isso? Não haveria nada romântico na face da terra que não a fizesse lembrar esse desgraçado, nada, absolutamente nada...o que ela iria falar para a próxima pessoa que viesse ocupar sua vida? Tudo remeteria a lembrança daquele que disse que estaria pra sempre mas esqueceu de avisar que o pra sempre dele duraria 7 anos, 4 meses, 3 dias e 18 minutos...

P.S: Bem, estou viciada em escrever historinhas com heroínas! Deu pra perceber.... e o post de hoje seria sobre tipos freqüentadores do buzão...Mas diante de um papo que tive com um belo amigo de trabalho a respeito do seu presente do dia dos namorados, surgiu como mágica essa estória, e esse tipo de coisa não dá pra ignorar por que senão esquece...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Friday, May 27, 2005



Era um daqueles dias que a gente não quer escutar nada que não seja um sim, claro, com certeza...Parece que o mundo conspirava contra ela. A roupa estava horrível e combinando perfeitamente com o cabelo, a pele, a cintura e as unhas...tudo na perfeita harmonia do ridículo. Já que a modernidade e os sutiens queimados pela sua mãe em praça pública, não possibilitavam a ela passar um dia em casa, no quarto trancada. Então nada melhor a fazer do que voto de silêncio, igual as carmelitas descalças em algum convento em algum lugar do mundo, que a falta de paciência a impedia de descobrir. Ela se arrumou, e foi trabalhar, no caminho encontrou a vizinha tagarela e lembrou do seu voto de silêncio e principalmente do seu humor, apenas sorriu, como quem diz “esse é máximo de simpatia que alcanço não me peça mais do que isso”. Ao chegar no trabalho outro dilema, as pessoas tem um enorme atrativo por pessoas falantes que eventualmente estão caladas, todos querem perguntar por que, o que foi ou simplesmente falar, falar, falar, como se não estivessem prestando atenção que você está calada. Essas pessoas sem um pingo de sesibilidade querem se envolver de qualquer maneira. E foi esse suplicio o resto do dia, até que chegou em casa, com o marido era diferente, esse já estava acostumado, por sinal havia inclusive marcado no calendário da cozinha com um círculo em vermelho bem grande e ao lado a seguinte frase: DÉCIMO SEGUNDO DIA DO MÊS, TPM”.

Wednesday, May 25, 2005

Dinheiro não traz felicidade, ele a compra...


Todos estão eufóricos, 34 milhões na mega-sena acumulada! Por tanto é quase obrigatório o papo do “Se eu ganhasse essa grana...”. Se o trabalho engrandece o homem, é unânime, todos querem no fundo ser pequenos, por que trabalhar? Nem pensar! A não ser que seja como fotógrafo (por conta própria) viajando pelo mundo e tirando muitas fotos, focadas, desfocadas, dentro e fora do ângulo e depois ajeitando em preto e branco no photoshop (pros que sabem mexer). Mas é engraçado tudo isso, eu pelo menos penso que abandonaria todas as coisas que lutei tanto pra conseguir, coisas que me valeram muito mais do que dinheiro, meu trabalho, meus amigos, minha família...pra viver uma vida andarilha, em busca do nada, só conhecendo tudo e todos. E eu? Onde fica todas as coisas que construí ao longo de ¼ de século, que modéstia a parte foram muito bem vividos? Isso fica aonde? Quero ter 34 milhões pra deixar de ser eu? Ter muito dinheiro, cair no mundo com uma mochila nas costas, viajar, viajar, é sem sombra de dúvidas a primeira opção que passa na cabeça quando se pensa que não precisa em dinheiro pensar.
Parando pra pensar, não é que eu queria deixar de ser EU, acho que queria ter 34 milhões pra poder ser outra EU, dentre os meus muitos “EUS”...

Wednesday, May 18, 2005

A importância das desimportâncias



Cena 2: A menina cruzou a rua e deu de cara com um cara que poderia sim, ser o homem da sua vida, afinal todo mundo quer ter um homem de cabelos “strokes”, camiseta cavalera, munhequeira, óculos de aro grosso ou então todo arrumadinho, de gel no cabelo, sapato de bico quadrado ou então cabeludo de camiseta preta...Enfim, todas temos um perfil físico para os que nós queremos que esteja esperando na beira do altar, na porta de casa, na frente do cinema ou sei lá o que...O fato é: ACHAMOS QUE A PESSOA DA NOSSA VIDA TEM UMA EMBALAGEM. E isso é um doce engano que acompanha gerações e coitada, minha filha provavelmente vai sofrer com isso. No fundo quando a “liga” bate não há o que fazer, não interessa como, quem, quando. Fudeu a liga bateu!, a rima não foi proposital, mas já que existiu vai ficar, exatamente como acontece com a gente, o Amor não é proposital, na verdade nem tem que ser por que senão não é amor, não desses que inspiram os livros, os poemas, as músicas e os designers de papel de cartas (eu precisava fazer essa confissão, não há nada mais romântico pra mim do que carta escrita no papel de carta!). Então se importar com essas coisas é no mínimo absurdo, claro a não ser que tu estejas interessado em um amor grupal, calma vou me explicar, a não ser que tu estejas interessado em ter alguém pra mostrar pra todo mundo, pra desfilar, aí sim o quesito carão é muito importante. Mas quando tu estiveres realmente apaixonado por alguém esse tipo de coisa não vai fazer a menor diferença. Ei! Não sou hipócrita, que me desculpem os feios e sem estilo, mas carão é fundamental, mas fundamental para a atração, para chamar a atenção, pra uma primeira impressão. Por que quando o assunto é Amor pra casar, o buraco não é mais embaixo, o buraco é mais pra dentro...

Tuesday, May 17, 2005

Mulheres, entenda-as quem tiver coragem e paciência

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Todas as amigas de Adalgisa quase morreram de inveja quando viram o sapato, o corpete e o batom que ela havia ganhado do seu namorado lindo. Enquanto ela não parava de pensar que adoraria mesmo, era vê-lo usando todas essas coisas...

Tuesday, May 10, 2005

Adorável Desconhecida

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Com a correria do dia das mães eu fui ao shopping na tentativa de comprar aquela que jamais se agrada, minha Mãe! E depois de muita procura, que o diga meus pés e a paciência do Giordano resolvo fazer o que sempre faço quando saio pra comprar presentes pra alguém. Compro primeiro um pra mim! E só então me sinto inspirada em escolher algo pra outra pessoa (segundo a que não se agrada esse é o ponto máximo do meu egoísmo, sentimento esse gritante na personalidade segundo ela...). Continuando a saga, me deparo com uma capa de livro que muito me atrai, vejo pernas próximas, na verdade parece que a mulher está tirando a meia....É óbvio precisava ver um livro onde há SAPATOS na capa! O título foi arrebatador, se chamava “Ao homem que não me quis”, foi como um tiro no meio do coração pelo cupido, envolvimento, identificação e desejo imediato de ver do que se tratava o bendito livro. Como eu mesma fiz questão de falar pra autora, segurei o livro como quem segura o último peru do supermercado na véspera de natal, saí correndo e não pensei duas vezes e comprei...Quando cheguei em casa e resolvi ler os contos, vi que minha paixão a primeira vista tinha se tornado amor, agora tinha razão de ser, tinha sustância como diria dona Ana (a diarista). A autora desvenda a alma feminina, sem mistérios, sem rodeios, sem metáforas filosóficas que na maioria das vezes só fazem sentido pra quem escreve e pouquíssimas vezes pra quem as lê. Ao contrário ela é direta, objetiva sem perder a profundidade. E óbvio, com muito bom humor, tão necessário e tão escasso no cotidiano da maioria. Bem, eu não sou dada a fazer comentários sobre música, literatura ou coisa parecida, até por que acho isso muito particular. Mas essa é na verdade uma declaração a pessoa que desde sábado vem arrancando as melhores horas da minha alma!
LEIAM: IVANA LEITE ARRUDA
P.S: É ela na foto, ta!