Solitário Inconsciente Coletivo

Thursday, August 25, 2005

Tudo parecia igual, despertador as seis da manhã, cabelo desarrumado, coceira matinal, espreguiçar, espreguiçar, decidir levantar, chinelo cruzado ao lado da cama (receita de mamãe para não ter pesadelos) e o famoso cheiro que tem o quarto quando se acorda, tudo perfeitamente igual, quer dizer, quase igual. O vazio da cama, o lençol ao lado ainda engatado no colchão o travesseiro sem as famosas marcas de babas, que durante algum tempo foi motivo de vergonha, mas que com a intimidade conseguiu se transformar em coisa natural e até um segredo entre nós dois. Isso fazia daquela manhã em especial um dia pra lembrar sempre de esquecer. Como esquecer o que foi inesquecível? O nós.

Deparei-me tomando café amargo sozinha na cozinha, coloquei uma música e fiquei pensando na noite anterior, falamos o que devíamos e calamos quando não deveríamos. Acho que estava tão envolvida com a condição de não sair como culpada da história que perdi o fio da meada, não sei exatamente por que brigamos, os motivos foram se perdendo e as ofensas se achando, ciumenta, insegura, indiferente, displicente foram alguns adjetivos que eu recebi. Até agora me pergunto por que falei e escutei um monte de coisa? Llembrei da última pergunta que te fiz “O que foi que aconteceu?”, pergunta essa que ficou sem resposta, na verdade nem eu saberia responder, e por um momento achei sacanagem ter jogado essa responsabilidade de saber o que tinha acontecido nas tuas costas, mas já tinha passado, isso não fazia diferença.
Naquela hora, exatamente naquela hora o que fazia diferença era não ter tua cara mal humorada, não ter que fritar mais um ovo, não ter pra quem contar meu sonho, poder desarrumar o jornal e tomar todo o leite. Mas acho que principalmente não ter quem olhar no outro lado da mesa, naquela hora isso fazia toda a diferença.

Levantei da mesa pensando, estranho esse sentimento que dá depois que se perde uma coisa que a gente sempre achou que nunca ia faltar, papo muito estranho.
P.S1: Não estou romântica eu sou romântica! kkkkkkk juro como eu ia escrever algo engraçado, tá até pronto o texto, mas sabem o que eu to escutando? Damien Rice- The Blower's Daughter, me digam tem como não ser romântica com essa música?
P.S2: Quem não escutou ainda vai na rádio uol que dá pra escutar, escutem e depois me digam se não é perfeita pro texto kkkkkkkk Eu modesta? nunca disse que não era! kkkkkkkkk
P.S3: Pra quem não foi escutar por que não tem como, já assistiu o filme Closer? pois é, é a música de abertura, quem assistiu provavelmente não esqueceu.

1 Comments:

At 5:39 PM, Anonymous Anonymous said...

Essa música (eu, por outro lado só escuto Nina Simone: Feeling Good e Mississipi Goddawn). Resquício do Antes do Pôr-do-Sol. ;)
Já quanto ao texto, ele não me parece nada hermético. Isso quer dizer que acho q sou íntimo o suficiente... auuahauhauh
Escrevi um texto q adorei e queria q vc lesse o quanto antes (As Moças Em Seus Vestidos De Verão?). Passa logo lá e dê seu parecer.
No mais estou com saudades tb e em crise com o futuro que se apresenta e qual caminho tomar.

 

Post a Comment

<< Home